quinta-feira, 22 de maio de 2008

JF Crepuscular

O grande diferencial de Juiz de Fora sempre foi o ponto estratégico em que a cidade está localizada. Situada entre as capitais de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, Juiz de Fora sempre foi um ponto de grande importância política. Talvez por isso, no início do século tenha sido apelidada de “Manchester Mineira”, em virtude da intensa industrialização e crescimento. Este crescimento, no entanto, estagnou. A cidade parou de gerar e receber grandes recursos, ficou contida e, ao longo dos anos, perdeu o título de maior e mais desenvolvida cidade mineira, tornando-se a quinta cidade em importância.

A decadência de Juiz de Fora deveu-se, em parte, à questões políticas e econômicas, mas os joguetes executados por organizações, ordens religiosas e até mesmo seitas contribuiu bastante. Os recursos dessas entidades, ora destinados para o bem da população local, passaram a ser usados na manutenção e financiamento de um ciclo de poder oculto por um fino véu. Tramas, maquinações, conflitos e jogos de influência começaram a desenhar uma Juiz de Fora diferente, ainda menos viva e mais perturbadora. Mas o que leva à disputa de poder? Quais as motivações de cada organização? E, sobretudo, quem são estas entidades que buscam o domínio local? Estas são perguntas que podem ser respondidas apenas em parte.

A religião predominante no município é o Catolicismo. Sabe-se que a Ordem dos Dominicanos é a mais forte na cidade, seguida pelos Jesuítas. Há poucas representações do Islamismo, mas estas são fortes e arraigadas em seus costumes. O Judaísmo, assim como as religiões orientais, é pouco presente na cidade, existindo isoladamente e com templos minúsculos, ou inexistentes. Já a Umbanda e o Candomblé, bem como as religiões protestantes, são grandes e com muitos fiéis, no entanto, pouco engajadas na pretensa disputa de poder na cidade.

A sociedade de maior poder na cidade é a Maçonaria, que possui membros espalhados por todos os setores produtivos do município (o próprio prefeito é Maçon). Todavia, seu poder é fragmentado, devido ao fato de aceitar membros de todo e qualquer tipo de credo e por estar tão dissolvida em diversos pontos. Como pólo cultural, sabe-se que há, em Juiz de Fora membros de uma sociedade conhecida como Discípulos do Saber, mas pouco se sabe a seu respeito. A Wicca também é forte em Juiz de Fora, porém, até o momento, seu poder ainda não foi levado à sério pelas outras sociedades ou religiões. Há também os Rosacruzes, que mantêm sua estabilidade e tradição ao longo dos anos.

Quanto às seitas pouco se tem notícia nos meios comuns. Acredita-se que exista um culto satânico poderoso instalado na cidade, mas este mantém-se às escuras e envolto numa atmosfera de mistério. São confundidos ou ridicularizados devidos as “emos” e aos “pseudovampiros” que insistem em desfilar pelas ruas do centro da cidade exibindo suas maquiagens, roupas negras e crucifixos invertidos. Ainda que pouco notórias (e talvez por isso), as seitas são mais temidas do que qualquer traficante do morro do Arado...

Estes são os personagens de uma Juiz de Fora que se oculta no submundo, se esconde no glammour e se embrenha nas engrenagens do poder em busca de um propósito que poucos são capazes de compreender. As peças do tabuleiro de xadrez estão postas e é sobre o mapa excessivamente geométrico da cidade é que teremos o xequemate, ou a queda de vários reis...

O Sobrenatural em Juiz de Fora

Juiz de Fora já foi assolada por diversos eventos sobrenaturais ao longo de sua história. Segundo historiadores do submundo, tudo começou exatamente no ano de emancipação do município. Segundo contam, membros inescrupulosos e inconseqüentes de alguma organização secreta teriam feito uso de algum ritual ou artefato que ocasionou, naquele momento, uma ruptura com as forças sobrenaturais da existência.

O fato é que vez por outra a cidade é mencionada na mídia associada a algum fato fantasmagórico ou místico. Seja por histórias de combustão espontânea, seja por criaturas avistadas nas matas do Morro do Imperador, seja pela aparição de “poltergeists” no edifício acima da famosa Banca do Vasco (fato documentado no programa Linha Direta). Segundo alguns especialistas, a partir de 1998 a “energia mística” da cidade ficou ainda mais forte.

Ainda que tais fatos sejam recorrentes na mídia, não é dado muito crédito para os fatos. A própria Tribuna de Minas já se recusa a noticiar evnetos, ficando para jornais como JF Hoje e Panorama.

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Crepúsculo RPG

Imagine-se caminhando por ruas decadentes, onde a pobreza é notada em cada esquina e a loucura começa a se instalar nas mentes de todos que cruzam seu caminho. Locais que, mesmo sendo centrais e bem situados são inóspitos e deprimentes. Uma estrada de ansiedade e agonia, em que o medo é mostrado nos rostos melancólicos das pessoas que lutam por uma sobrevivência cada vez mais dificultada e em que a violência e o terrorismo assombram o mais corajoso dos soldados. Imagine-se ouvindo noticiários intermináveis, dizendo que os conflitos na Bósnia tiveram suas chamas reacendidas por uma fagulha de intolerância religiosa entre os povos, que ataques como os daquele fatídico 11 de Setembro podem acontecer a qualquer momento e que uma Peste Branca se espalha pelo mundo matando todo o tipo de gente; enquanto, na outra emissora, a reportagem se refere a acontecimentos sobrenaturais na Torre de Londres e nas Catacumbas Romanas. Imagine, ainda, sua consciência sendo tomada por todos esses preceitos e sua mente sendo bombardeada, a cada segundo, com uma chuva de questionamentos acerca de sua integridade moral, de suas virtudes e pecados, suas qualidades e defeitos, aquilo que pode salvá-lo ou condená-lo à danação eterna. Tudo isso cercado de um monstruoso fanatismo e de uma exacerbação nos sentimentos ocultistas e místicos da humanidade.

São essas imagens que formam a atmosfera de Crepúsculo. É este o ambiente onde uma Guerra Santa Urbana destrói lares, cria heróis e assassinos, faz pactos e inimigos. Um mundo que se encontra, ao mesmo tempo, à beira da loucura coletiva e de um recomeço são e puro. Um constante paradoxo cercado de paranóia, desespero e exaltação.

Um universo onde sentir um dejà-vu pode significar até mesmo ter uma visão do sobrenatural e ser um fanático religioso pode se tornar a maior das aventuras de um mortal.

(Crepúsculo 3ª Edição, pag. 11)

Bem filho, você está prestes a embrenhar-se verdadeiramente no conhecimento oculto dos antigos, do Astral, da espiritualidade intrínseca e extrínseca que existe em nossa Mancha de Existência. A partir de agora começara a perceber que a vida é mais do que simples nascimento, crescimento e morte. Começará a entender que o universo é infinitamente mais complexo do que sua ciência jamais foi capaz de imaginar. Nos próximos dias tornar-se-á, legitimamente, parte da Guerra Santa. Por isso, devo lhe falar mais a respeito dessa peleja que ocorre mundo afora.

Não pense que tal guerra restringe-se apenas aos conflitos no Oriente Médio, ou ao ódio alimentado contra os Estados Unidos por milícias Islâmicas. Não é apenas isso, infelizmente. A bem da verdade, talvez essa fosse apenas uma batalha, um capítulo de um combate que ocorre por milênios a fio. E estamos todos envolvidos, meu jovem. Alguns são peões incapazes de perceber sua situação no conflito. Manipulados, direcionados e movimentados conforme as vontades das esferas superiores da existência, esses mortais vivem suas vidas em nome da nova ordem prevista pelos Deuses, ainda que nem desconfiem disso. Outros, porém, são capazes de utilizar-se de seu Livre Arbítrio de forma mais plena, mas isso tem um preço. Tornam-se integrantes reais da Guerra Santa.

(Liber Des Ritae, pag. 7)